Recriar capas de livros que gostamos é sempre uma tarefa prazerosa. Dessa vez, desenvolvi no NESPE o trabalho de ilustrar o exterior e o interior de uma obra à livre escolha – decidi me desafiar e optei por um livro que não está entre os meus favoritos. Na verdade, meu sentimento por ele é quase indiferente e confesso vergonhosamente que gosto mais do filme de 2013.
Não digo isso por considerar o livro ruim, ao contrário. O livro contém uma pesada crítica social, especificamente à busca pelo sonho americano e evidencia a futilidade, o consumismo exacerbado e a busca desenfreada pelo prazer como aspectos que predominavam na sociedade retratada.
O filme também traz essas questões, mas de uma forma bem mais divertida e visualmente agradável. Por mais que a história não seja nada feliz, o filme é belo, entretém e emociona. Considero o livro mais denso, mais crítico e com o detalhe de que as personagens femininas, principalmente Daisy, não têm carisma nenhum e, portanto, não despertam muita empatia do leitor. Mas, essa é só a minha opinião.
Enfim, toda essa introdução serve apenas para dizer que sim, eu recriei uma das muitas capas de O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald que existem por aí.
Optei por uma versão que fosse atrativa ao público mais jovem, com cores chamativas e formas que lembrassem um pouco a estrutura de uma maquete de papel cortado. Para isso, fiz uma ilustração totalmente vetorial (para mim algo inédito) daquilo que decidi ser o cenário da capa: a mansão de Gatsby, grande palco de acontecimentos importantes, festas e tragédias.
O resultado ficou absolutamente diferente de tudo o que eu havia imaginado e esperado e eu demorei um tempinho até me acostumar com ele. Agora mesmo, enquanto escrevo esse texto e olho para imagem, sou capaz de pensar em todas as coisas que teria feito diferente. Pode até ser que mais adiante, acabe recriando a minha própria recriação, utilizando ilustrações descartadas ao longo do processo.
Beijos e até breve!
Eu adorei tudo. O texto e o trabalho estão maravilhosos.